A educação machista que muitos meninos recebem causa grandes prejuízos.
Na área sexual isso fica ainda mais claro. Pesquisas mostram que os
homens que definem as relações humanas em termos de papéis rígidos
'masculino-superior' e 'feminino-inferior', assim como os que definem
sua identidade masculina em termos de controle, violência e repressão
dos afetos, apresentam, em muitos casos, um quadro de deterioração da
sexualidade. Um estudo, na década de 70, sobre extremistas políticos
alemães da direita e da esquerda (entre eles membros do grupo terrorista
Baaden-Meinhof) é um bom exemplo. Foi constatado que esses homens
apresentavam problemas de disfunção sexual, inclusive incapacidade de
atingir o orgasmo.
Apesar de o machão estar perdendo o prestígio, ainda há homens que
sentem dificuldade em participar com a mulher da troca recíproca de
prazeres eróticos. A preocupação do homem quanto ao desempenho sexual
foi encoberta na mesma medida em que a mulher não podia expressar a sua
sexualidade.
Durante muito tempo acreditou-se que a mulher não se interessava pelo
assunto. Seu aparelho genital servia tão-somente à procriação; o prazer
era restrito a ter e criar filhos. Mulher gostar de sexo era motivo de
vergonha. O homem parecia, então, não ter problemas quanto ao seu
desempenho Da década de 60 para cá, com a liberação dos costumes e a
pílula, as influências que protegiam socialmente o homem começaram a ser
destruídas. A mulher, que antes só tinha experiência sexual com o
marido, mesmo assim de forma restrita, agora exige mais prazer. O temor
de não ser considerado 'bom de cama', satisfazendo a mulher, gera
insegurança no homem.
Muitas vezes, partir para uma relação sexual causa tanta ansiedade
quanto participar de um embate decisivo. Nessa guerra há vários fatores
envolvidos. Com frequência se ouve dizer que os homens são 'incapazes de
expressar sentimentos' ou 'não têm contato' com suas próprias emoções.
Na verdade, os homens tendem a reprimir a autonomia emocional que
propicia a intimidade com o outro. Um estudo nos Estados Unidos mostrou
que dois terços dos homens entrevistados não conseguiram citar um amigo
íntimo. Entre os que conseguiram o amigo era uma mulher. Ao contrário,
das mulheres pesquisadas, três quartos puderam facilmente citar um ou
mais amigos íntimos.
Fonte: O Dia
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