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sábado, 16 de julho de 2011

15 de julho – Dia do Homem – Vamos falar de Saúde Masculina?


Poucos homens fazem consultas rotineiras ao médico urologista, como fazem as mulheres aos ginecologistas. Em contrapartida, a maioria dos problemas graves podem ser solucionados se forem detectados em seu inicio. As companheiras ainda tem papel fundamental no estímulo ao habito do autocuidado.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, 44% dos homens que buscam auxílio médico possuem queixas de impotência sexual. O que na verdade é um grande problema para os homens representa também sintomas de outras doenças físicas ou possíveis distúrbios emocionais para os médicos.
A urologista Sylvia Faria Marzano indica as consultas já na adolescência, como fazem as meninas. “Muitos rapazes podem desenvolver ejaculação precoce e ficar escondendo esse problema por anos. O tratamento existe e é baseado em terapia, pois na maioria dos casos está ligado à ansiedade. Passamos exercícios de auto-conhecimento corporal para que o paciente controle sua ereção e ejaculação. No caso do adolescente, um acompanhamento médico periódico pode ajudar já no inicio, evitando uma formação sexual cercada de traumas e constrangimentos. Um bom médico também está capacitado para orientar esse jovem, distanciando-o das aventuras químicas em torno dos medicamentos para ereção, muito em voga em baladas, onde são ingeridos combinados com outras drogas apresentando grande risco de vida”.
Drª Sylvia explica que as disfunções sexuais em geral se baseiam na combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais. “A vida adulta do homem é cercada de desafios diários. Ele tem que ser bem sucedido, mostrar virilidade, conquistar uma mulher, constituir família, educar filhos, etc. Muitas vezes as disfunções surgem nesse período, durante as crises no relacionamento”.
Depois dos 40 anos, a saúde masculina começa a merecer atenção redobrada. “Dependendo do estilo de vida, alguns homens começam a dar os primeiros sinais de diabetes, colesterol, hipertensão e sobrepeso, os principais inimigos da ereção. Tanto as doenças como os efeitos colaterais dos medicamentos indicados para o controle destas podem diminuir o desejo, alterar o fluxo e a pressão sanguínea e aí ele sente o alarme. Nessa fase da vida é fundamental que os especialistas envolvidos no tratamento desse paciente se dialoguem para que os medicamentos dos variados tratamentos se combinem e permitam que o paciente mantenha sua qualidade de vida” explica a urologista.
Além disso, é nessa fase também que as mudanças saúde sexual orgânica dos homens pedem maior acompanhamento. A próstata continua a crescer durante a vida e com o envelhecimento do homem, pode ficar tão grande que comprime a bexiga ou a uretra, causando problemas para urinar e, muitas vezes, danificando a bexiga ou os rins ou contribuindo para o desenvolvimento de pedras na bexiga. A hiperplasia benigna acomete 40% dos homens com 50 anos, 60% dos homens com 60 anos e mais de 80% dos homens com 80 anos. O exame do toque é rápido (de 5 a 30 segundos), e indolor (usa-se lubrificante). O médico procura sentir os sulcos da próstata com o dedo. Geralmente, a próstata deve ter a consistência de fibro-elástica. Se houver algo duro, ali no meio, já pode ser um sinal de câncer de próstata. Nesse caso, o médico já com o PSA (Antígeno Prostático Específico) alterado ou não, pede uma biópsia para confirmar o diagnóstico. Para se determinar se tem o tumor benigno ou maligno.
A descoberta de um tumor numa fase precoce e em um indivíduo jovem (com menos de 55 anos) possibilita alto grau de cura, variando de 75 a 87% em 10 anos. Recomenda-se que o exame retal seja feito em todos os homens acima de 50 anos, anualmente, como parte do exame médico de rotina. Se houver algum caso confirmado na família, esta prevenção deve ser semestral e iniciar-se entre 40 e 45 anos.
Com a idade, alguns homens também podem desenvolver deficiência androgênica (diminuição da produção do hormônio masculino). A taxa de declínio da testosterona varia de 1 a 2 % ao ano, a partir dos 50 anos de idade. Numerosas alterações anatômicas ocorrem nos testículos com a idade. O tamanho e o peso diminuem, e há também diminuição das células que produzem a testosterona. O tratamento mais eficaz é parecido com a reposição hormonal feminina, por injeções intramusculares de compostos de Testosterona. Os benefícios do tratamento incluem uma melhora na sensação de bem estar, libido e força muscular; aumento da massa magra e diminuição limitada da massa gorda corpórea; diminuição da depressão do idoso.

Sylvia Faria Marzano – Médica Urologista Pós-graduada em Terapia Sexual pela Faculdade de Medicina do ABC e pela Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana

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